vamos acreditar?

será que podemos acreditar na mudança, nos valores, na humanização?
será?
será que, este passo que o Obama está a dar nos EUA, é um passo para todo o mundo mudar?
afinal de contas, eles são o maior país do mundo, e o que mais poder tem, será que podemos sonhar?
será que podemos sonhar que nem todos os políticos são iguais?
será que podemos sonhar que há políticos que, ao chegarem ao poder, continuam a fazer aquilo que diziam nas campanhas?
por favor, deixem-nos acreditar, deixem-nos sonhar com a mudança, por um mundo melhor e mais tolerante, com mais oportunidades, é preciso sonhar para mudar, é preciso acreditar para mudar.
se não acreditarmos, não mudamos...

23 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Eu acredito!!!
A história tem mtos exemplos destes! Sempre houve vozes que se uniram contra o status quo, que acreditaram que era possível mudar aquilo que parecia de pedra e cal. A história é evolução, o mundo é mudança!
Mesmo que ele não ganhe as eleições,haverá um grupo de pessoas que continuará a acreditar, e é só uma questão de tempo!
A barbárie das guerras, das injustiças, das hipocrisias tem os dias contados!
Simplesmente pq cada vez somos mais vozes a dizer: Basta!

yes, we can!!!! :)

10 de fevereiro de 2008 às 22:17:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

"pq vivemos num capitalismo que não deixa diferenças existirem."

Falácia. Grande falácia aqui. O capitalismo promove, entre muitas outras coisas, o individualismo e aquilo que em inglês se designa por "entrepreneurship". Se houve um modelo económico/social que promoveu a diferença, terá sido o capitalismo. O comunismo não terá sido certamente. E muito menos a "social-democracia". Aliás, em Portugal podemos ver os belos frutos da dita "social-democracia".

Obama tem um trunfo muito forte: a sua capacidade retórica. Reconheço-lhe todo o mérito, pela leitura que fiz de alguns discursos. No entanto, também li um discurso do senador McCain - e esse, sim, foi directo ao ponto. Sem apelar directamente às emoções, tem conteúdo, tem ideias concretas, e denota um conhecimento da realidade americana e do enquadramento internacional actual.

Independentemente dos erros que houve na condução da guerra do Iraque - e houve muitos - não é sensato pensar que Obama, a vencer as eleições, vai retirar as tropas americanas do Iraque. Aliás, isso seria uma irresponsabilidade tremenda.

De resto, reduzires os republicanos em geral, e McCain em particular, a "homens racionais que só pensam em quantidade de armas, em qual o próximo país para ser convertido à democracia" é simplista, para dizer o mínimo.

Concordo quando dizes que temos de ser tolerantes. Há, porém, limites para a tolerância. Não sei se a imposição da democracia pelas armas será a melhor alternativa - provavelmente, não é. Mas há coisas que simplesmente não podemos deixar passar em branco.

E, pessoalmente, não creio ser intolerante por me afirmar como "conservador". Aliás, não deixa de ser curioso verificar a quantidade de gente das nossas idades que por aí afirma ser "liberal", quando não fazem a mais pequena do que significa o liberalismo.

Isto para dizer que respeito profundamente o teu "sentimento" perante Obama, mas a mim o senhor não me convence. Podia dizer mais coisas, até, mas o comentário já vai demasiado longo.

11 de fevereiro de 2008 às 15:07:00 GMT  
Blogger Maggie86 disse...

joão, qd falo de um capitalismo que não deixa as diferenças existirem, falo num mundo em que os ricos governam, são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres...quanto ao ter reduzido o mccain a isso, pois, pelo que vi, e pelo que ouço e pelo pouco que sei, penso que não será muito diferente do bush...e nós queremos é alternativas, reflexão...acreditar, enfim...

11 de fevereiro de 2008 às 16:48:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Parece-me haver, neste diálogo, uma confusão de conceitos: diferenças e tolerância. De facto, o sistema capitalista acentua as diferenças( se entendermos por diferenças os modos de vida das classes sociais). O sistema capitalista suporta vários tipos de regime, sendo o mais "moderno" as denominadas democracias, onde, dada a liberdade de expressão e "escolha de profissão", somos livres de escolher a melhor forma de viver. Mas aí reside a tal falácia, pq quem detém o poder são os grandes grupos económicos, seja qual for o partido que governe. Ou seja, podemos votar, mas quem "domina" as políticas são os grandes capitalistas nacionais e sobretudo estrangeiros( no caso de Portugal).
Em épocas de crise do capital ( e estamos numa) a barbárie instala-se: o desmprego aumenta, a inflação sobe. Na europa, é necessário manter o defice a um determinado nível, e como se faz isso? Aumentando impostos e fechando seriços do estado. Quem "paga" as crises? Os que estão na parte mais baixa dâ pirâmide....nunca os empresários, os grandes gestores ou os administradores. É esta a lógica o capitalismo. Em países mais ricos, as classes mais desfavorecidas aguentam-se, em países como portugal, a miséria instala-se e com ela, o roubo, o crime...
O Obama não é um parvo qualquer. Naõ é um sentimental. É um homem informado, que pensa que pode ser possível fazer uma outra gestão das riquezas. O liberalismo é necessãrio, mas com limites! Caso contrário, a lei da selva instala-se e com ela, a pobreza e o crime. A politica externa dos e.u.a. tem sido uma catástrofe para o mundo. Desde a ciação do estado de israel, até a´s guerras do vietnam e do golfo, o que têm feito é acicatar ódios, e produzir cada vez mais terroristas. Isto é racionalidade??? Naõ, isto é barbárie, é falta de visão histórica, é pretensiosismo por se considerarem os policias do mundo, é desconhecimento total da fase de evolução historica em que se encontram os países que atacam!
Se obama tem consicencia disso, e quer para o seu país uma visão totalmete diferente do bush e seus admiradores, que ganhe o Obama!
O resto do mundo agradece!

11 de fevereiro de 2008 às 22:00:00 GMT  
Blogger Maggie86 disse...

engraçado cm este anonimo me compreende, mas quem será?gostava de saber:) continua a comentar!*

11 de fevereiro de 2008 às 22:06:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

prefiro continuar anónimo, mas desde que descobri este blog, sou um admirador seu, pq apesar de tão jovem e bonita, é uma pessoa mto interessada e interessante. Coisa rara de encontrar neste mundo de gente egoista e desinteressante.
Continue assim!

11 de fevereiro de 2008 às 22:18:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

para que não fique desconfiada, revelo apenas que não sou casado, tenho 30 anos, e tive conhecimento deste blog por uma amiga minha que me falou dos belos textos que uma rapariga de 20 anos publicava. DE vez em qdo venho lê-los e considero que tem uma escrita poética, mto sensível e honesta....além de me parecer ser uma pessoa com vários interesses.
BOA NOITE**

11 de fevereiro de 2008 às 23:11:00 GMT  
Blogger Maggie86 disse...

bem, sinto-me lisonjeada então por isso!mt obrigado pelos seus comentários, está a vontade para continuar a comentar, e obrigado pelos elogios!:)

11 de fevereiro de 2008 às 23:14:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Perdoe-me a provocação, mas 30 anos já é uma boa idade para assumir frontalmente as nossas ideias, sem se esconder no anonimato. De qualquer maneira:

1) De facto, o sistema capitalista acentua as diferenças( se entendermos por diferenças os modos de vida das classes sociais).
- Parece-me, a mim, utópico pensar que algum dia viveremos sem classes - e note, meu caro, que não pertenço às classes altas, nem nada que se pareça. Não vejo, porém, os empresários (os "capitalistas") como algo de negativo. Sobretudo aqueles que construíram a sua fortuna com base no seu trabalho. Na História, já houve projectos de sociedades sem classes. Os resultados foram interessantes, para dizer o mínimo. Negaram um pouco a visão positiva do ser humano que Rousseau andou a pregar, diria eu.

2) Mas aí reside a tal falácia, pq quem detém o poder são os grandes grupos económicos, seja qual for o partido que governe. Ou seja, podemos votar, mas quem "domina" as políticas são os grandes capitalistas nacionais e sobretudo estrangeiros( no caso de Portugal).
Na União Soviética, para citar um exemplo de uma grande tentativa de sociedade igualitária (sem classes), mandava o Partido Comunista com punho de ferro. Bem melhor.

3)Em épocas de crise do capital ( e estamos numa) a barbárie instala-se: o desmprego aumenta, a inflação sobe.
Pessoalmente, sou por menos intervenção e regulação estatal. Conhece a teoria da "tragédia dos comuns"? É um exemplo interessante de como o individualismo pode contribuir decisivamente para o chamado "bem comum". Recordo ideia de Adam Smith, não é pela generosidade do padeiro que temos pão, mas por ele querer acima de tudo cuidar dos seus interesses.

4) Quem "paga" as crises? Os que estão na parte mais baixa dâ pirâmide....nunca os empresários, os grandes gestores ou os administradores. É esta a lógica o capitalismo.
É essa a lógica de qualquer regime. Os mais fracos pagam sempre. Numa democracia capitalista (importante: que promova o mérito e a excelência), porém, há um factor de mobilidade social que o anónimo parece ignorar.

5) O Obama não é um parvo qualquer. Naõ é um sentimental. É um homem informado, que pensa que pode ser possível fazer uma outra gestão das riquezas.
Nunca afirmei o contrário. Daí a concordar, vai uma grande diferença.

6) O liberalismo é necessãrio, mas com limites! Caso contrário, a lei da selva instala-se e com ela, a pobreza e o crime.
Limites ao liberalismo? Quer elaborar?

7) politica externa dos e.u.a. tem sido uma catástrofe para o mundo. Desde a ciação do estado de israel, até a´s guerras do vietnam e do golfo, o que têm feito é acicatar ódios, e produzir cada vez mais terroristas.
A ler: http://en.wikipedia.org/wiki/Israel . É um artigo muito interessante sobre a génese do estado de Israel, e parece-me a mim que dá uma visão de ambos os lados. É verdade que, actualmente, os EUA são os maiores apoiantes de Israel. Mas não serão, como o anónimo aponta, os grandes responsáveis pela situação que se vive há longas décadas. Talvez algumas culpas devessem ser apontadas também aos estados árabes, não?
A guerra do Golfo, se bem me lembro, foi desencadeada na sequência de Saddam Hussein ter invadido o Koweit. Parece-me perfeitamente legítimo retaliar. Aqui, aliás, reside o grande erro americano: ter deixado a cabeça de Saddam em cima do seu pescoço. Digo eu, claro.

8) é falta de visão histórica, é pretensiosismo por se considerarem os policias do mundo, é desconhecimento total da fase de evolução historica em que se encontram os países que atacam!
Os EUA são os "polícias" do mundo porque o podem ser. A coisa saiu assim da Segunda Guerra Mundial. A História não pesa aqui, uma vez que vivemos no presente, e não no passado.
Lamento, mas culturalmente não sou muito dado a relativismos, e há valores que prevalecem acima de tudo. Prefiro viver a minha vida pelos valores ocidentais, que os americanos representam (leia-se a sua Constituição, por exemplo), do que por os valores dos fundamentalistas islâmicos. Como aqueles que fizeram o 11 de Setembro, por exemplo.
De resto, os americanos não são burros como os europeus os pintam.

9) Se obama tem consicencia disso, e quer para o seu país uma visão totalmete diferente do bush e seus admiradores, que ganhe o Obama!
Obama não é o único a ter consciência disso. Há as tais visões diferentes mesmo dentro dos republicanos.

Mais um link:
http://www.usatoday.com/news/washington/2007-04-11-mccain-transcript_N.htm

Creio que é uma visão interessante sobre a guerra, sobre o futuro do Iraque e sobre as consequências de uma retirada rápida dos americanos, que os democratas dizem defender. Maria, tu mesma me disseste em várias ocasiões que reconhecer os nossos erros é um passo muito importante. Tens aí um exemplo interessante, se quiseres ler.

De resto, não creio que Obama ou Hillary retirem rapidamente do Iraque. E que tudo se resolverá por aí. Mas continuem a acreditar. Felizmente, as sociedades ocidentais permitem a crença naquilo que se quiser, até no "pastafarianism", sem consequências de maior.

João Campos

12 de fevereiro de 2008 às 02:51:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Curioso! Qdo me decidi a comentar neste forum, tinha , como intenção, apenas elogiar a sua autora que me parece, pelos textos que aqui publica, uma pessoa deveras interessante, pela forma como expõe, tão elegantemente, o que sente e o que pensa ( em termos pessoais e sociais).
Devo dizer que a sua personalidade me tem fascinado...
Surgiu, agora, um texto de um amigo seu ( penso que será seu amigo pq a trata pelo nome de Maria)a contestar o meu último texto, baseando-se em autores que são as suas referências.
Caro joão Campos, eu poderia citar-lhe outros tantos autores com perspectivas radicalmente opostas ou simplesmente diferentes e a discussão seria infinita. Penso, alias, que a sua posição é demasiado simplista e conservadora. Você só conhece um lado ( curto) das coisas. Do rousseau ao comunismo, põe tudo no mesmo saco. Sociedades sem classes desconheço que alguma vez na história tenham existido. O poder só muda de mãos. E o poder político caminha sempre de mãos dadas com o poder económico. Aliás, como classificaria o regime político da china? capitalismo comunista? comunismo capitalista?
Como vê, a história tem vários exemplos de como as coisas se podem misturar.
Mas uma coisa é certa: o capitalismo tb tem crises, não é a solução final, é apenas uma fase em que ainda nos encontramos. Os países ricos vivem da exploração dos países pobres....ou, como pensam alguns americanos: morrer um iraquiano não é o mesmo que morrer um americano...
A história é feita de mudanças, e o que começa a acontecer é que cada vez existem mais pessoas a procurar outras vias, estudando economia, politica , sociologia...
O Obama ousou pensar de forma diferente de mtos americanos.
Por isso, maggie, você é que tem razão!

12 de fevereiro de 2008 às 16:49:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

1) Curioso! Qdo me decidi a comentar neste forum, tinha , como intenção, apenas elogiar a sua autora
Bem vindo ao admirável mundo dos blogues, onde as caixas de comentários de toda a gente servem para toda a gente debater assuntos mais ou menos interessantes :)

2) Caro joão Campos, eu poderia citar-lhe outros tantos autores com perspectivas radicalmente opostas ou simplesmente diferentes e a discussão seria infinita.
É precisamente isso que torna uma discussão civilizada interessante. Trocar pontos de vista e aprender qualquer coisa.

3) Penso, alias, que a sua posição é demasiado simplista e conservadora. Você só conhece um lado ( curto) das coisas. Do rousseau ao comunismo, põe tudo no mesmo saco.
Sim, a visão é simplista. Rousseau: o bom selvagem, o ser humano é intrinsecamente bom, a sociedade é que o corrompe. Esquece-se o bom Rousseau que a sociedade não existe fora do ser humano, logo, ela não o pode corromper se ele não incorporar em si a génese a corrupção. Marx e Engels esqueceram-se desse irrelevante detalhe quando formularam a teoria comunista; julgavam que o ser humano abdicaria do seu egoísmo (perfeitamente justificado), da sua ambição, do seu orgulho até.
O saco não é o mesmo. Um vem a seguir ao outro.´

4) Sociedades sem classes desconheço que alguma vez na história tenham existido.
Evidentemente. São uma impossibilidade perante a natureza humana, daí o meu "pessimismo", se quiser. Houve, porém, tentativas. Há, ainda.

5) O poder só muda de mãos. E o poder político caminha sempre de mãos dadas com o poder económico.
Evidentemente. Assim é há milénios incontáveis. Repare que hoje o conhecimento é entendido como fonte de poder, e começa a falar-se do conceito de "economia do conhecimento". Oh, mundo ganancioso, sempre o vil metal!

6) liás, como classificaria o regime político da china?
Uma sociedade politicamente comunista (algo enviesada) e economicamente capitalista. E acredite que o comunismo chinês cairá pelo capitalismo da economia global.

7) Os países ricos vivem da exploração dos países pobres....ou, como pensam alguns americanos: morrer um iraquiano não é o mesmo que morrer um americano...
Gosto do argumento do Norte rico explora Sul pobre. Dá para tudo. Não dá, porém, para explicar quando os meninos "subdesenvolvidos" se começam a matar uns aos outros sem intervenção americana. Ou quando os governos "subdesenvolvidos" absorvem os fundos internacionais no seu próprio luxo e deixam as suas populações a morrer. Deixe o complexo colonial de lado, caro amigo. Há muitas culpas lá em baixo também.

8) o que começa a acontecer é que cada vez existem mais pessoas a procurar outras vias
Olhe, foi, por exemplo, o que Tony Blair e o Partido Trabalhista (com Allastair Campbell por trás no spin) fizeram em Inglaterra: a chamada "Third Way" (da qual o actual governo português é uma triste sátira). Pensaram diferente, mudaram as coisas.
De resto, meu caro, pensar diferente não é garante automático de razão :)

Obrigado pelo bom debate. Maria, um beijo*

12 de fevereiro de 2008 às 17:12:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Caro colega admirador da maggie :)

A " third way" já foi demasiado explorada. Pesquise a "fourth way", e talvez estimule o seu cérebro com novos desafios.
Peço desculpa à Maggie pelo espaço aqui ocupado com discussão política.
Uma boa tarde para si!

12 de fevereiro de 2008 às 19:01:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Eu também não percebo como é que um ser egoísta e reaccionário como este John, é amigo duma alma pura como a Maggie. Fazia-lhe bem vir a ter uma reencarnação num país subdesenvolvido, numa classe baixa, a começar a trabalhar aos 6 anos...
Grace

13 de fevereiro de 2008 às 11:49:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Grace,

diga-me, por favor, quando encontrar uma verdadeira alma pura a caminhar � superf�cie deste planeta. Nesse dia, eu tornar-me-ei no Ghandi. At� rapo o cabelo e tudo. Prometo.

Depois, diga-me tamb�m o que impede pessoas com pontos de vista opostos de manterem uma rela�o amig�vel. N�o, deixe estar, eu respondo-lhe a esta: a intoler�ncia, a existir, � o �nico impedimento. Entre pessoas tolerantes, educadas e civilizadas, opini�es e vis�es diferentes s�o a base de �ptimos debates e uma fonte de aprendizagem riqu�ssima.

E sabe qual � a coisa boa da reencarna�o? � que a passagem pelo �ter apaga as mem�rias. Veja l� segundo a numerologia, na minha anterior encarna�o (data do s�cilo XIII) eu fui mu�ulmano, profundamente religioso, e, ao que parece, consideravelmente altru�sta. Era arquitecto, constru�a pontes e infra-estruturas que ajudavam o meu povo. Hoje, para mal dos meus pecados, perdi a f� e n�o tenho jeitinho nenhum para desenhar um tijolo sequer. Reencarnei numa besta da s�tima esfera do Inferno. J� viu esta triste sina?

God works mysterious ways, doesn't he?

De qualquer maneira, obrigdo pelo flaming ad hominem. Acrescentou imenso � �ptima discuss�o (no bom sentido da palavra) que aqui se gerou. Sabe, j� ando por este mundo dos blogues h� muito tempo. J� li muita coisa (e aprendi imenso), j� perdi horas a ler caixas de coment�rios. E sabe qual foi a conclus�o a que cheguei? Entrar em j�izos de valor e ataques ad hominem denota falta de ideias para acrescentar.

Mas isto digo eu, uma �mpia e reaccion�ria alma :) Ai que o lume do Inferno j� me espera para o refogado . . . :)

13 de fevereiro de 2008 às 12:38:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

John
E eu já aqui ando há tantos anos, neste mundo, que já não acredito que pessoas com ideais tão diferentes possam ser amigas. Houve tempos em que acreditei sim. A Maggie também acredita concerteza e por isso diz que se desilude, que se entristece quando afinal se apercebe de que o investimento em determinada pessoa foi errado. Mas estas coisas não se ensinam, aprendem-se com a vida.
Eu considero-me uma pessoa muito tolerante e a minha profissão exige mesmo que o seja. Se fosse meu cliente eu aceitá-lo-ía e tratá-lo-ía bem, vindo do fundo da alma esse bem, ou seja, sem hipocrisia. Mas não conseguia ter por amigo uma pessoa que defende que as desigualdades sociais são um bem necessário para vivermos bem, que no fundo é o que o John acaba por dizer.
Eu sei que daria todo o meu ordenado mensal se soubesse que isso iria ser repartido igualmente por todas as pessoas do planeta, sabendo que eu iria viver pior de certeza... mas muito mais feliz.
É que essa coisa de ter enriquecido à custa do próprio suor e lágrimas não me comove nada. Quem enriquece assim, enriquece porque vive numa sociedade que o permite à custa de muita pobreza alheia.
Não sou comunista. E é claro que são os exemplos das sociedades comunistas que servem de argumento aos defensores do capitalismo nestas conversas. Para essa conversa nem tenho já pachorra.
O homem resolveu criar uma sociedade e com isso pretende-se que, já que toma conta do mundo e o usa a seu belo prazer, então que almege a ter uma melhor consciência, ao fim do egoísmo. O egoísmo é um instinto. Serve obviamente para a perpetuação dos próprios genes e consequentemente da espécie. Mas então se queremos ser instintivos voltemos à idade das cavernas que sempre é uma selecção mais justa.
Um dia pode ser que ainda venha a cortar o cabelo, John...:) a vida ensina muita coisa e se nós deixarmos, ensina-nos a ser cada vez melhores pessoas, menos egoístas, mais altruistas.
Devia haver campos de férias em que se fosse viver uma realidade completamente diferente da nossa, no meio da pobreza profunda, para aprendermos como somos malfeitores nesta nossa vida actual, nesta sociedade de prazeres em que vivemos...
Isto porque levou à letra a reencarnação e quis mostrar que até disso é capaz de falar com conhecimento de causa :) É claro que eu estava a brincar quando falei em reencarnação

Grace

13 de fevereiro de 2008 às 13:28:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Cara Grace
Acabei de ler os seus comentários no blog da maggie. A partir de agora assinarei com o pseudónimo de Peter.
Tive exactamente o memo pensamento qdo li os belos e puros textos da Maggie e os comentários do seu amigo John. Pensei como era possível 2 pessoas tão diferentes serem amigas, e tal como a Grace, questionei-me se a razão pela qual a maggie fala em desilusões não será por ter amigos tão teimosos e intransigentes como o John. Pessoas como ele há-as aos milhares, têm alguns problemas d afirmação pessoal, e por isso admiram os lideres de pensamento conservador e autoritário. Ela, pelo contrário, demonstra uma sensibilidade e e uma riqueza interior fora do vulgar, questiona-se, interroga-se, quer aprender ( nota-se que tem preocupações pessoais e sociais, não lhe é indiferente a miséria humana).
Por outro lado, caso sejam de facto amigos e não apenas "virtuais", então penso haver de ambas as partes uma tolerância que me surpreende. Ou será que a Maggie, na sua boa formação, não faz mais do que ouvir os discursos do john, e aceitá-los, como aquelas pessoas que aceitam incondicionalmente o que os seus amigos pensam....
Naõ sei, mas tal como a grace, acho curiosa esta amizade, se é que ela existe...
Peter

13 de fevereiro de 2008 às 14:41:00 GMT  
Blogger João Campos disse...

=)

Eu reencarnarei numa Madre Teresa. A minha vida tem um certo sentido de ironia.

13 de fevereiro de 2008 às 16:22:00 GMT  
Blogger João Campos disse...

Peter,

o seu comentário valeu-me o sorriso do dia. Obrigado!

Agrada-me receber lições sobre tolerãncia de pessoas que rotulam com os epítetos "reaccionário", "teimoso", "intransigente", "egoísta", entre outros. Isto apenas porque não partilham da mesma visão do mundo. Já houve até campos de concentração e assassínios em massa por isso.

Como dizia no comentário anterior, a vida tem um certo sentido de ironia. E isso confere-lhe um charme extraordinário.

E sim, eu e a Maggie conhecemo-nos pessoalmente, tratamo-nos pelo nome próprio, falamos fora do mundo virtual. Não sei se ela se limita a ouvir-me de forma condescendente, e pouco me importa isso: não "discurso" para fazer com que pensem como eu. Logo, não tenho quaisquer problemas com que pensem de forma diferente. Se todos pensássemos da mesma maneira, nunca se falava de coisa nenhuma, nunca se discutiria nada. E a suprema ironia: as desigualdades sociais com que, segundo os caros cibernautas, não me preocupo nada, continuariam a perpetuar-se.

Adiante. Aqui o fascista de serviço volta ao trabalho, com a promessa de, assim que houver mais, desenvolver o assunto num dos meus blogues. Quanto ao tema inicial - eleições americanas - continuaria não votar em Obama, porque o senhor continua a não me convencer. Infelizmente, sou português, pelo que nas próximas eleições lá volto ao voto branco. Triste sina a nossa!

13 de fevereiro de 2008 às 16:48:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

ok, fascistóide, ficas na tua e pronto. Confio que a Maggie não vai deixar de ter bom coração e de se preocupar com a miséria alheia...
E para bem do mundo que não consigas convencer muita gente de que o egoísmo é que é!

Grace

13 de fevereiro de 2008 às 17:10:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Caro John
A ironia é um atributo dos inteligentes, não há dúvida. Mas, no seu caso, nas suas teorias, não vislumbro mts sinais de ironia ( o q não quer dizer q a não tenha) mas sim de ideias rígidas e pouca abertura à evolução que, como todos sabemos, é uma característica da nossa história.
Qto a haver ou não almas puras ( e já anteriormente tinha falado do rousseau, mas poderia ter mencionado mtos outros filósofos), de facto, a pureza é impossível de atingir, pq não existe a perfeição( a não ser nos nossos sonhos), mas há, em alguns indivíduos, uma maior honestidade intelectual e emocional do que noutros.
E a maggie é, seguramente, uma dessas pessoas!
Parabéns por conseguir a amizade dela. Deve amaciar o seu pessimismo, e permitir-lhe não cristalizar!
Agadeço-lhe que continue a votar em branco! Pelo bem de nós todos!
Peter

13 de fevereiro de 2008 às 17:25:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Grace,

o fascizóide não é evangelizador. Descanse, que não sou o barqueiro do inferno nem o advogado do diabo. Não quero de modo algum que todos pensem como eu (e a Grace revelou sérias dificuldades em interpretar o meu pensamento nesta matéria); apenas pretendo que não queiram moldar o meu pensamento a um pensamento comum. Quero espaço para pensar por mim, para reflectir, para errar e para me aperceber do erro e para aprender. A isso chama-se crescer.

Peter,

Não se trata de não estar aberto à evolução (percebeu-me mal, ou expliquei-me mal). Trata-se de não reconhecer numa figura - Obama - a capacidade para uma evolução significativa. Se ele ganhar, espero estar errado; como espero que independentemente do vencedor, que a situação no Iraque tenha um fim tão pacífico quanto possível à vista para o seu povo, e que algumas das graves desigualdades que as sociedade americana se atenuem.

Apenas não acho que o caminho para combater as desigualdades eja feito com mais Estado para cima do problema. A teoria nem é minha. Há imensos autores para ler nesse campo.

O meu pessimismo já cristalizou há muito tempo. Sou uma alma perdida, uma ovelha tresmalhada. Mas olhe que nem todas os aparentes paradoxos são na verdade contraditórios.

Votar em branco não é para o bem de todos nós. É pelo mal de todos nós. Com cinco partidos a concorrerem a eleições, é triste não reconhecer nem em um candidato a capacidade de levar a cabo as reformas de que este país tão urgentemente precisa. Mas isso é outra conversa, e guardo comentários sobre ela se a Maggie um dia destes escrever sobre o assunto :)

13 de fevereiro de 2008 às 17:41:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

Ok, John, finalmente concordo consigo. Precisa muito de crescer. Crescer é muito importante e para isso ainda deve ter muito tempo porque deve ser jovem. Pode ser que a vida o torne menos pessimista, mais amigo da humanidade, menos anti-guerra, etc etc etc. É que custa-me muito ouvir um jovem falar a favor do egoísmo, a defender a guerra que é feita por quem quer defender o seu poder económico.
Boa sorte no crescimento que o meu não foi nada fácil :)

13 de fevereiro de 2008 às 18:06:00 GMT  
Anonymous Anónimo disse...

O último anónimo foi a grace e onde se lê "menos anti-guerra" leia-se "mais anti-guerra" :)

13 de fevereiro de 2008 às 18:40:00 GMT  

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uma grande lição de vida: "Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos. Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que as verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser. Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão, e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados. Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas, do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar mais, que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida! As nossas dádivas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar." William Shakespeare